Desde o primeiro contato, ficou claro que a Kuma carrega um propósito forte, que se baseia traduzir a filosofia do Jiu‑Jitsu, envolvendo a dedicação sistemática e ordem tática, em uma marca que fosse tão imponente quanto adequado. Para chegar lá, mergulhei num processo de escuta ativa, com etapas de entrevistas, trocas de referências e validações visuais com o cliente, que já trazia a simbologia do urso (“kuma”, em japonês) como pilar conceitual. Esse diálogo constante guiou cada decisão de design, garantindo que o resultado não fosse apenas esteticamente convincente, mas genuinamente alinhado às expectativas da equipe e dos praticantes. 

CONSTRUINDO UMA MEMÓRIA VISUAL
O logotipo une curvas e retas, juntamente com uma tipografia que sugere movimento, assim um reflexo direto das transições técnicas do Jiu‑Jitsu. Acima dele, a silhueta do urso reforça a ideia de força e determinação, características que todo atleta almeja dentro e fora do tatame. A paleta em tons de laranja estimula energia e foco, enquanto o contraste com bases escuras cria profundidade, legibilidade e presença em qualquer formato, do digital ao quimono.

SE DESTACANDO NO MERCADO
Em um segmento saturado por clichês visuais, cheio de punhos cerrados, katakanas genéricas e faixas vermelhas em excesso, o grande desafio foi “sair do óbvio” sem perder autenticidade. Recorri a mapeamento de concorrentes e testes de associação visual para identificar elementos redundantes. O resultado é um sistema gráfico modular que equilibra peso e movimento, permitindo aplicações versáteis (patches, faixas, mídias sociais) sem diluir a identidade. Essa abordagem estratégica torna a Kuma imediatamente reconhecível, mesmo quando reduzida a um ícone de poucos pixels ou aplicada em superfícies têxteis de alta rotatividade.

COMO A MARCA IMPACTA

1. Alinhamento de valores – Ordem, disciplina e resiliência são comunicados tanto na geometria estável da tipografia quanto no simbolismo do urso, conectando‑se emocionalmente com atletas e simpatizantes.

2. Memorabilidade estratégica – O contraste cromático e a forma singular do logotipo rompem padrões visuais do nicho, facilitando recall de marca e diferenciação nas redes.

3. Escalabilidade – O sistema foi testado em materiais de treino, packaging e mídia digital, garantindo consistência e legibilidade em qualquer escala.

4. Posicionamento de mercado – Ao evitar ícones genéricos e adotar linguagem visual própria, a Kuma se coloca como referência premium, preparada para franchising ou parcerias esportivas de maior porte.

Em síntese, este projeto prova que design estratégico, embasado em pesquisa e criação, é capaz de converter valores intangíveis, neste caso a disciplina, respeito, superação são traduzidos em elementos visuais palpáveis. A Kuma Jiu‑Jitsu não apenas se destaca no mercado, ela inspira o pertencimento e transmite, à primeira vista, a seriedade de quem entra no tatame para conquistar mais que medalhas, mais sim conquista sua identidade.